Monday, October 20, 2008

As duas culturas uma disputa ainda actual

Em 1959 C.P.Snow desenvolveu o Conceito de "Two Cultures and the Scientific Revolutions".
Snow "defendia a tese que havia duas culturas: a literária e artística e a científica, que tinha sido criada pela modernidade, havendo também duas esferas de conhecimento distintas mas equivalentes. Considerava que ignorar a Física contemporânea era equivalente a ignorar Shakespeare e que os estetas apenas deviam estar contra aqueles que designava como cientistas bárbaros".( Teorias da Cultura, Laura Pires, 2006).
E embora este tema tenha começado a ser discutido há quase 50 anos ainda continua na ordem do dia. Muito foi escrito nestes cinquenta anos, esgrimiram-se argumentos que agora não vêm para o caso, o que é facto é que dentro de nós existe sempre uma distinção, um lado.
Ninguém está imune, ou estamos do lado da cultura literária e artística ou da científica. Era exactamente esta conversa que vínhamos a ter depois de termos ido ver a Exposição da Maria Callas.
Claro que para mim era a MARIA CALLAS e para ele mais uma cantora conhecida, um bocadinho mais conhecida que a outras ( não estou a querer dizer que não soubesse quem fosse, de ignorante tem ZERO, ele sabe exactamente quem foi a Maria Callas, provavelmente muito mais que a maioria, só que para ele apenas é uma cantora nada mais que isso.)
Por sua vez eu tenho imensa curiosidade por vários temas das ciências e tecnologias, não sou nenhuma ignorante, e até sou bastante curiosa, mas não o suficiente para fazer deste o meu tema de estudo, se tiver de dedicar a minha vida entre o estudo do Einstein e o Menuhin escolho sem pensar duas vezes o Menuhin.
As perguntas que se me põem no meio destas discussões são, porque são estes temas postos como opostos, porque torcemos sempre mais por uma área. Mesmo os "Georges Steirners" da vida ,periclitantes sempre entre um mundo e outro são conotados sempre com uma área. George Steiner pode ser um brilhante jornalista cientifico e passar a vida ligado a ciência que para nós será sempre Filósofo. Por sua vez António Damásio embora um brilhante escritor passará algum dia de um Neuro-cientista que escreve livros?

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