Monday, December 11, 2006

A caixa encarnada - Capitulo I

Eis o inicio de uma história, não sei se tenho muito jeito para capitulos e histórias longas, mas vou experimentar, vocês serão as minhas cobaias, digam de vossa justiça.

O inicio do texto não é meu, é de um site que nos desafia a fazer este tipo de coisas (http://livrodosbonsprincipios.wordpress.com/).



Foto: MT


O que prometeste naquela noite é que regressarias mais tarde, “daqui a pouco”, com uma surpresa boa. Não disseste que me trarias uma caixinha encarnada, embrulhada em cetim preto, com um anel de preço comprometedor a fitar-me e a brilhar mais do que eu. Não me disseste que esperavas que a abrisse com entusiasmo ou que respondesse à tua pergunta (aquela que nunca quis ouvir!!! e que vai bem com a nossa música preferida) com o mesmo encanto eufórico com que a pronunciaste. Não me disseste nunca que esperavas mudar a minha forma de encarar a vida e a morte do amor, nem nunca esperaste fazê-lo entre lençóis, porque aí apenas inventamos que estamos vivos… Fiquei tão indignada contigo! Ou foi raiva? Ou decepção?

Balbuciaste umas palavras de incompreensão que nenhum de nós quis ouvir, que fingi não ouvir, voltaste as costas e eu soube que estavas a tapar o choro ou o grito com a palma da mão. Sei que te esmaguei, mas os teus sentimentos eram demasiado tenros, como fruta que pisamos no chão, mesmo sem querer ou quando queremos mordê-la mas se desfaz nas nossas mãos.

Agora sei que vais casar. Por isso decidiste encontrar-te mais uma vez comigo… Para me dizeres isso. Talvez humilhar-me. Não me conheces. Mas porque é que esta conversa tinha que acabar sem roupa, como as outras antes desta? Casa-te. Quem fica com as tuas alianças sou eu.

Fico-te com as alianças e com o coração. Não me conheces, tal como não me conhecias na altura, como é que te pode passar pela ideia que nos pudéssemos casar? Como pensaste que eu me iria casar? Esse tipo de pensamento da tua parte trespassou-me como se as tuas palavras fossem espadas. Não se está cinco anos com alguém sem o/a conhecer, devias saber melhor que isto, ou achavas que, quanto dizia que era contra o casamento, estava a falar dos outros ou a fazer um género? O casamento não se enquadra como o meu modo de vida, com o que quero para mim, tu acima de todas as pessoas devias saber isso. Eu sabia que no teu intimo era tua vontade casar, mas sempre pensei que abdicavas desse desejo por saberes que eu não fazia a melhor intenção de o fazer. Naquele momento morreste para mim, como morrem todos aqueles que me magoam.

Esta tua obsessão, quase doentia com o casamento, preocupa-me. Passaram três meses desde que nos separámos, três meses bastaram-te para te atirares para um casamento. Não percebo o que se passa nessa tua cabeça.

Quando recebi o teu telefonema, demorei a perceber o que pretendias. Disseste que querias contar-me uma coisa que para sempre iria mudar a tua vida. Pensei que fosse algo profissional. Por isso concordei em encontrar-me contigo. Quando mo disseste comecei a rir, pensei que estivesses a gozar, perguntei-te até a brincar se se tratava de alguma imigrante que precisava de visto, lembras-te?

Não acredito que seja tão fácil esquecer alguém com quem se viveu durante quatro anos e meio, em três meses, muito menos acredito alguém no seu perfeito juízo case com alguém com quem tem uma relação de menos de três meses…não o consigo compreender. Talvez seja possível, é certamente possível no teu caso, porque o vais fazer. Parece-me abuso que me convides para tua madrinha de casamento, não é normal. Recusei…não vou fazer parte da tua loucura. Além disso dói teres-me esquecido, em tão pouco tempo. Fere-me no mais íntimo do meu ser. Queres saber se ainda gosto de ti? É óbvio que sim, não se esquece uma história como a nossa em tão pouco tempo.

3 comments:

VCP said...

Eu acho que bem podes continuar a escrever esses contos e estórias!!

Beijos!

António said...

Olá!
Em primeiro lugar acho que fazes muito bem em escrever coisas mais longas. Só assim poderás avaliar das tuas capacidades e de até onde podes ir.
Este primeiro capítulo deixa-me duas dúvidas:
- O texto é todo da tua autoria?
- Estás a escrever um trabalho de ficção?
Afora isso, posso dizer-te que está bem escrito embora não seja suficientemente claro. Mas quando li o 2º capítulo percebi tudo.
Já começas a fazer suspense, hein?
eh eh.

Beijinhos

MT said...

Os três primeiros parágrafos são do site que refiro acima,começei por dizer isso mesmo, porque de facto não são de minha autoria, mas também não sei de quem são... pertencem àquele site e são para ser utilizados, isto segundo a filosofia do mesmo.

Esperemos que o 3º capitulo seja ainda melhor que os primeiros, e espero que vá evoluindo de modo a que, o último seja o melhor. Isto é de facto um exercicio de escrita mas que partilho convosco.

Obrigada pela visita