Os pensamentos viajavam à velocidade da Luz. Naquele instante não sabia que fazer, a discussão tinha sido feia, ele saiu e bateu com a porta, a incógnita era se alguma vez o voltaria a ver.
A capacidade humana de humilhar o próximo é algo que me ultrapassa, a defesa da nossa verdade e o sentimento de posse são verdadeiras facas numa relação.
Não sei o que nos aconteceu, como nos fomos aniquilando enquanto seres, não faço ideia.
Racionalmente consigo ver onde errei, mas não posso admiti-lo verbalmente, nunca consegui, sempre fui péssima a falar dos meus sentimentos, incapacidade ou cobardia, chamem-lhe o que quiserem, a realidade é: não consigo! É algo que me ultrapassa, tal como uma onda na zona de rebentação, ou saltas ou ficas enrolada, optei sempre por saltar, penso sempre que o que perco é pouco, comparado com tal humilhação, aquela sensação de me sentir pequena perante outro ser humano. Em vez disso, tento sempre passar a ideia de alguém que não chora, que é forte, que suporta tudo, o que no fundo não deixa de ser verdade, normalmente quanto mais forte é o impacto, mais forte é a reacção, tenho alturas de quebra como toda a gente, nessas alturas apetece-me voltar a ser menina pequena, que se senta ao colo, para que lhe dêem mimos…mas já não sou.
E naquele dia, sentia-me verdadeiramente pequena, a bem dizer, nem sei como tudo começou, acho que na realidade já tinha começado uns meses antes, mas com o peso da rotina, nem nos demos conta.
Foi o terminar de algo que nunca devia ter sido iniciado, as diferenças eram mais que muitas, ele queria ser um homem responsável, com um emprego das nove às cinco, e eu queria ser a menina que não precisa nunca de crescer, queria viver a minha juventude, queria percorrer o mundo, conhecer outras experiências…tenho medo do estável. A minha vida tem de ser uma eterna corda bamba, para sentir que estou viva, que me é possível viver, e ele como já tinha passado por tudo isto, não compreendia.
Na verdade, a minha ânsia por novos conhecimentos é tal, que se pudesse recomeçar, a minha vida, faria tudo diferente, não porque me arrependa de algo, mas porque uma vida é pouco para conhecer tudo o que gostaria. Tenho noção que o tempo já começou a esgotar--se e que existem coisas que nunca irei conseguir fazer.
Penso que se calhar até foi um alívio vê-lo sair por aquela porta, voltei a reconquistar a meu mundo, o meu espaço, as minhas coisas, mas principalmente o meu silêncio, um silêncio que para mim não tem preço, o meu pequeno tesouro.
Ele um dia disse-me, “se um dia tiveres de escolher entre mim e o mundo lembra-te, se escolheres o mundo ficas sem mim, se me escolheres a mim eu te darei o mundo”
A verdade é que ninguém me pode dar o mundo, o mundo para ser meu tenho que conquistá-lo, e é o que eu pretendo fazer.
A capacidade humana de humilhar o próximo é algo que me ultrapassa, a defesa da nossa verdade e o sentimento de posse são verdadeiras facas numa relação.
Não sei o que nos aconteceu, como nos fomos aniquilando enquanto seres, não faço ideia.
Racionalmente consigo ver onde errei, mas não posso admiti-lo verbalmente, nunca consegui, sempre fui péssima a falar dos meus sentimentos, incapacidade ou cobardia, chamem-lhe o que quiserem, a realidade é: não consigo! É algo que me ultrapassa, tal como uma onda na zona de rebentação, ou saltas ou ficas enrolada, optei sempre por saltar, penso sempre que o que perco é pouco, comparado com tal humilhação, aquela sensação de me sentir pequena perante outro ser humano. Em vez disso, tento sempre passar a ideia de alguém que não chora, que é forte, que suporta tudo, o que no fundo não deixa de ser verdade, normalmente quanto mais forte é o impacto, mais forte é a reacção, tenho alturas de quebra como toda a gente, nessas alturas apetece-me voltar a ser menina pequena, que se senta ao colo, para que lhe dêem mimos…mas já não sou.
E naquele dia, sentia-me verdadeiramente pequena, a bem dizer, nem sei como tudo começou, acho que na realidade já tinha começado uns meses antes, mas com o peso da rotina, nem nos demos conta.
Foi o terminar de algo que nunca devia ter sido iniciado, as diferenças eram mais que muitas, ele queria ser um homem responsável, com um emprego das nove às cinco, e eu queria ser a menina que não precisa nunca de crescer, queria viver a minha juventude, queria percorrer o mundo, conhecer outras experiências…tenho medo do estável. A minha vida tem de ser uma eterna corda bamba, para sentir que estou viva, que me é possível viver, e ele como já tinha passado por tudo isto, não compreendia.
Na verdade, a minha ânsia por novos conhecimentos é tal, que se pudesse recomeçar, a minha vida, faria tudo diferente, não porque me arrependa de algo, mas porque uma vida é pouco para conhecer tudo o que gostaria. Tenho noção que o tempo já começou a esgotar--se e que existem coisas que nunca irei conseguir fazer.
Penso que se calhar até foi um alívio vê-lo sair por aquela porta, voltei a reconquistar a meu mundo, o meu espaço, as minhas coisas, mas principalmente o meu silêncio, um silêncio que para mim não tem preço, o meu pequeno tesouro.
Ele um dia disse-me, “se um dia tiveres de escolher entre mim e o mundo lembra-te, se escolheres o mundo ficas sem mim, se me escolheres a mim eu te darei o mundo”
A verdade é que ninguém me pode dar o mundo, o mundo para ser meu tenho que conquistá-lo, e é o que eu pretendo fazer.
MT
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