Foto: MTChegou a altura de te dizer adeus, digo-o assim cruamente porque o sinto. Chegou a altura de dar um passo em frente, de deixar de estar agarrada permanentemente à tua imagem, uma imagem que com o passar do tempo deixou de ter falhas.
É confuso este sentimento de não precisar mais de ti, é um sentimento de liberdade por um lado, mas por outro dá-me a sensação que, algures no meio do processo, amadureci. A tua lembrança ficará para sempre gravada na minha memória, jamais te esquecerei. Não tenho necessidade, no entanto, de te trazer agarrado a mim, todos os dias, todas as horas, sempre presente no meu pensamento. Perguntas porquê? Pois também não sei…talvez porque o tempo realmente cure todas as feridas, mesmo as mais profundas, como a que me deixaste. Talvez porque estou preste a fechar mais um ciclo da minha vida e porque sinto que não fazes parte do que se vai iniciar, talvez porque te sinta, não te ofendas com o que te vou dizer, como que um grilhão agarrado à minha perna e que não me deixa prosseguir, ou simplesmente porque deixei de sentir que a tua presença era essencial para a minha vida. Talvez porque seja a lei natural das coisas, na realidade material há doze anos que deixaste de fazer parte da minha vida, no entanto na imaterial não dei por isso, mas faz muito pouco tempo talvez um mês se tanto, reparei hoje que não “falei” contigo nestes últimos dias ou semanas ou meses quem sabe…digo - te Adeus hoje como nunca fui capaz de o fazer nestes anos todos, digo - te Adeus não com dor mas com o carinho e saudade que te são devidos, digo - te Adeus numa sentida homenagem a um ser humano estupendo que marcou, para todo o sempre, a minha vida.
Digo-te Adeus na esperança de um dia te poder voltar a dizer Olá.