Naquele de Inverno, bem gelado, sentado junto ao lago que o viu crescer, pensava em como tinha chegado àquele estado, parecia que enfrentava um ponto sem retorno na sua vida, queria voltar a ter a confiança no que fazia e do que sentia.
Tinha chegado aquele dia em que não queria ir mais trabalhar. O que antigamente o animava, agora aborrecia-o de morte, não lhe apetecia levantar da cama para ir trabalhar e tinha chegado à conclusão que mudar de emprego tinha deixado de ser uma hipótese para passar a ser uma prioridade.
Mas fazer o quê, toda a sua vida pensara em ser publicitário, e agora a lufa lufa dos deadlines e das ideias criativas esgotara-o, ao ponto de ter deixado de gostar do que fazia.
O que poderia fazer então? Não conseguia encontrar qualquer resposta.
Não conseguia encontrar a Catarina, com certeza ela iria querer resposta para o que o intrigava, e neste momento não conseguia falar sobre este assunto.
A Catarina foi sempre uma mulher bastante decidida e não sei se iria ver com bons olhos toda esta minha indecisão, por outro lado se lhe contasse podia ser que ela me ajudasse… mas o que lhe digo? Que estou farto…quero mudar…mas para onde, se nem o que quero fazer lhe posso dizer?
Podia tirar umas férias até esclarecer este assunto, há dois anos que tenho as férias em atraso, posso aproveitar agora, quem sabe quando voltar venho mais disposto e até apreciar os desafios que me forem propostos?
Bem, as férias seriam uma boa solução, mas teria também de pensar na Rita e no Pedro afinal há dois anos que não passo umas férias com os miúdos.
Quando chegou a casa o almoço já estava quase pronto, tentou esquecer os seus problemas enquanto punha a mesa.
- Então que tal estava o lago? – Perguntou-lhe a mulher.
- Estava bastante calmo, nem sequer um pescador ou um barco!
- Deve ser por ser dia de semana – retorquiu ela.
-É capaz. Olha estava aqui a pensar, quando é que os miúdos têm férias?
- Na Páscoa, porquê?
- Estava a pensar em tirar umas férias e tu quando tens?
- Estava a pensar em tirar uns dias no Verão, mas se tu tirares agora, posso ver se consigo uns diazitos na mesma altura.
- Seria perfeito.
- Mas afinal porque queres tirar férias, logo tu e nesta altura do ano? Não é que não te faça falta, muito pelo contrário…os miúdos iam adorar….
- Estou a precisar de um tempo, as coisas no trabalho não andam grande coisa, não ando a gostar do que faço e penso que umas férias me fariam bem, pode ser cansaço e saturação.
- Se calhar…ouve lá…
-Diz…
- Não, se calhar é asneira…
-Não, diz.
- Pode ser uma tontice, mas não te sentirias mais motivado se criasses uma agência tua? Há tanto tempo que trabalhas ali sem perspectivas de promoção, porque não teres o teu próprio projecto?
- É algo a pensar, se calhar tens razão, se calhar é isso que me está a provocar esta angústia toda. E os miúdos?
- Que têm?
- Começar agora um projecto e se corre mal? Eles estão ainda em idade escolar… é arriscado…
- Pode ser mas o meu salário é estável e dá para qualquer emergência, porque não experimentas? Tens os contactos necessários para uma boa carteira de clientes e ainda podes ir buscar os melhores profissionais para trabalhar contigo.
- Tens razão, vou começar a pensar a sério nisso. De qualquer forma podíamos tirar uns dias de férias o que achas?
- Sim, podemos.
Esta Catarina, eu cheio de problemas, sem saber como abordar o assunto, sem saber qual a reacção que iria ter, e ela não só me apoia como me instiga a começar de novo.
Bem, agora resta-me por as mãos à obra e começar a delinear toda a estratégia de construção de um novo sonho, parece que rejuvenesci uns 15 anos.
Por vezes os nossos maiores receios tornam-se os nossos propulsores, mesmo quando pensamos que eles são devidamente fundados.
Tinha chegado aquele dia em que não queria ir mais trabalhar. O que antigamente o animava, agora aborrecia-o de morte, não lhe apetecia levantar da cama para ir trabalhar e tinha chegado à conclusão que mudar de emprego tinha deixado de ser uma hipótese para passar a ser uma prioridade.
Mas fazer o quê, toda a sua vida pensara em ser publicitário, e agora a lufa lufa dos deadlines e das ideias criativas esgotara-o, ao ponto de ter deixado de gostar do que fazia.
O que poderia fazer então? Não conseguia encontrar qualquer resposta.
Não conseguia encontrar a Catarina, com certeza ela iria querer resposta para o que o intrigava, e neste momento não conseguia falar sobre este assunto.
A Catarina foi sempre uma mulher bastante decidida e não sei se iria ver com bons olhos toda esta minha indecisão, por outro lado se lhe contasse podia ser que ela me ajudasse… mas o que lhe digo? Que estou farto…quero mudar…mas para onde, se nem o que quero fazer lhe posso dizer?
Podia tirar umas férias até esclarecer este assunto, há dois anos que tenho as férias em atraso, posso aproveitar agora, quem sabe quando voltar venho mais disposto e até apreciar os desafios que me forem propostos?
Bem, as férias seriam uma boa solução, mas teria também de pensar na Rita e no Pedro afinal há dois anos que não passo umas férias com os miúdos.
Quando chegou a casa o almoço já estava quase pronto, tentou esquecer os seus problemas enquanto punha a mesa.
- Então que tal estava o lago? – Perguntou-lhe a mulher.
- Estava bastante calmo, nem sequer um pescador ou um barco!
- Deve ser por ser dia de semana – retorquiu ela.
-É capaz. Olha estava aqui a pensar, quando é que os miúdos têm férias?
- Na Páscoa, porquê?
- Estava a pensar em tirar umas férias e tu quando tens?
- Estava a pensar em tirar uns dias no Verão, mas se tu tirares agora, posso ver se consigo uns diazitos na mesma altura.
- Seria perfeito.
- Mas afinal porque queres tirar férias, logo tu e nesta altura do ano? Não é que não te faça falta, muito pelo contrário…os miúdos iam adorar….
- Estou a precisar de um tempo, as coisas no trabalho não andam grande coisa, não ando a gostar do que faço e penso que umas férias me fariam bem, pode ser cansaço e saturação.
- Se calhar…ouve lá…
-Diz…
- Não, se calhar é asneira…
-Não, diz.
- Pode ser uma tontice, mas não te sentirias mais motivado se criasses uma agência tua? Há tanto tempo que trabalhas ali sem perspectivas de promoção, porque não teres o teu próprio projecto?
- É algo a pensar, se calhar tens razão, se calhar é isso que me está a provocar esta angústia toda. E os miúdos?
- Que têm?
- Começar agora um projecto e se corre mal? Eles estão ainda em idade escolar… é arriscado…
- Pode ser mas o meu salário é estável e dá para qualquer emergência, porque não experimentas? Tens os contactos necessários para uma boa carteira de clientes e ainda podes ir buscar os melhores profissionais para trabalhar contigo.
- Tens razão, vou começar a pensar a sério nisso. De qualquer forma podíamos tirar uns dias de férias o que achas?
- Sim, podemos.
Esta Catarina, eu cheio de problemas, sem saber como abordar o assunto, sem saber qual a reacção que iria ter, e ela não só me apoia como me instiga a começar de novo.
Bem, agora resta-me por as mãos à obra e começar a delinear toda a estratégia de construção de um novo sonho, parece que rejuvenesci uns 15 anos.
Por vezes os nossos maiores receios tornam-se os nossos propulsores, mesmo quando pensamos que eles são devidamente fundados.
2 comments:
Uma short story, bem contada e com happy end.
Bom, se o negócio resultar!
Deixa-me chamar a atenção para uma frase gralhada que escapou na revisão:
"Quando chegou a casa já tinha o almoço já estava quase pronto".
Podes emendar.
Obrigado pela visita.
Se achas que o Zé é obsecado por sexo, então 90% dos homens são tarados sexuais...ah ah ah
Beijinhos
Gostei de te ler. Oportuno. Voltarei com toda a certeza.
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