Lembro-me ainda do primeiro dia que te vi, entrei naquela sala na casa da Joana, os meus olhos “scanaram” imediatamente a tua pessoa mas fingi que não vi. Encontramo-nos várias vezes nos meses seguintes, fui disfarçando a curiosidade e o interesse que a tua pessoa despertava em mim. Trocava algumas palavras contigo mas sempre de circunstância, nunca avancei muito na conversa, talvez porque já sabia que se o fizesse corria o risco de me apaixonar por ti e isso não estava nos meus planos.
Não contava que naquele dia, 24 de Janeiro lembro-me perfeitamente, tivéssemos de partilhar um guarda-chuva…Partilhar como quem diz, estávamos os dois debaixo do mesmo guarda-chuva, porque eu fiquei completamente molhada, eu sou baixinha e tu és um bocado alto, o que fez com que o guarda-chuva não me tenha servido de grande coisa. Tu reparaste no sucedido, pediste me desculpa, como se a tua altura fosse culpa tua…Lembro o teu sorriso, entre um encolher de ombros, como se fosses um menino que tinha acabado de fazer asneira, conquistaste-me nesse olhar. Seguiu-se um jantar, uma ida ao cinema, de repente o meu mundo deixou de fazer sentido sem o teu.
Tenho saudades desses tempos, tenho saudade do teu sorriso de menino, tenho saudade de acordar e ficar bem quietinha a ver-te dormir…tenho saudades tuas. Deus, como tenho saudades tuas, por vezes abre-se um buraco bem no centro do meu peito que te pertence, e que espera que o venhas preencher. É tarde de mais…um dia esta saudade vai passar.